Catarina Valadas, Aspirante a Escritora

 

Podia dividir a minha vida em duas fases: antes e depois do click. A história que vos trago, é de esperança e acima de tudo, de aprendizagem sobre mim mesma.

 

Em 2012, fiquei desempregada após 6 anos numa empresa. Hoje admito que até gostava do que fazia. Ganhava bem, tendo em conta as minhas habilitações, geria da melhor maneira possível, as palavras “ stress e pressão” e no fim do dia, sabia separar as águas, não trazendo o trabalho para casa.

Quando fiquei sem trabalho, perdi o chão e só me apercebi realmente da situação, quando na manhã seguinte estava na fila do centro de emprego e me deparei com a minha nova realidade.

Ao longo destes meses, destes últimos 2 anos e meio, andei entre trabalhos precários e de curta duração. Tive muitas entrevistas falhadas e muitas de sucesso. Tive as incertezas a vir à tona, as angústias, as contas para pagar, as lágrimas de frustração e todo um mundo a desabar-me aos pés.

O tempo, passou depressa (ou talvez não) e basicamente, a questão principal era: “ O que é que eu queria realmente fazer?”.

 

Fui ocupando a cabeça com cursos e formações, enchi-me de ideias e infindáveis projetos, para mais tarde perceber que tudo aquilo que eu alimentava, era tudo aquilo que eu não queria fazer. Que nada daquilo que eu fazia, ou me propunha, me trazia felicidade para além do momento.

 

Fechei-me no silêncio. Parei de pensar, para sentir. Foi neste tempo meu, que senti o verdadeiro click, que subitamente senti vontade de voltar a escrever. De inspirar os outros pela escrita, de motivar quem me lê e de fazer acreditar que, é nas nossas mãos que está tudo aquilo que precisamos. Temos o poder de mudar, largar o velho, mudar as crenças que nos limitam, os padrões que já não nos servem e simplesmente escutar: escutar o coração e perceber para onde devemos remar.

 

Hoje, sei que tudo o que vivi, não foi por acaso. Hoje, sei que andei sempre de mãos dadas com a minha liberdade, que dancei com ela, em cada passo que dei, em cada escolha, em cada tentativa de me conhecer.

Hoje, depois de bater a tantas portas para me deixarem escrever, sinto que, ainda vai haver aquela que se vai abrir, que estou a um passo pequeno de realizar o meu sonho: Escrever.

 

Escrever com ALMA, sempre MAIS, sempre MELHOR.