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A Casa, o Corpo e a Vida

Sofia Batalha, Fundadora da Serpente da Lua e Consultora de Feng Shui Simbólico

 

 

Dar o click… Que desafio Dina!

 

Todas as vidas têm muitos clicks, muitos momentos de mudança, ligação e transformação que podemos ou não agarrar, viver e experimentar.

Acredito que estes clicks são momentos sagrados, onde a vibração pessoal se alinha com a matriz cósmica do momento, dando a hipótese de transcender, mudar e avançar… evoluir.

O desafio, o meu pelo menos, é deixar-nos levar pelo caos tempestuoso destes momentos, permitindo sair da zona de conforto e avançar pelo desconhecido, amparados pela vontade e pela estranha sensação de segurança. Acreditar e confiar!

 

Que me recorde até agora houve cinco grandes momentos de revolução na minha vida. Todos eles me aproximaram mais de mim, tornaram-me mais centrada e mais próxima da minha verdade, apesar de todo o desafio lançado.

 

Um destes momentos de viragem foi aos 23 anos. Há anos que tomava cerca de quinze comprimidos por dia, que os médicos diziam ter de tomar para sempre. Estava muito fragilizada fisicamente. Com 23 anos decidi que queria viver e deixei de os tomar a todos de uma só vez, foi um grande click! O meu corpo pediu-me para se libertar de todos estes químicos. Foi uma grande luta familiar, mas a vontade do corpo prevaleceu e cá estou, agora com 38 anos, livre de todas essas condicionantes químicas, físicas e emocionais.

 

Ambos os partos das minhas filhas foram também portais de transformação e acesso à minha verdadeira força. Ambos partos domiciliares, intensos, sagrados, familiares e totais. Desejo que todas as mulheres se conectem verdadeiramente à sua fonte para tornar o parto um acto de poder transmutador de si próprias. Que cada parto seja um click!

 

A descoberta do Feng Shui, não como uma série de regras abstractas ou receitas aleatórias, mas como um modo de vida e tomada de consciência da forma como nos expressamos e manifestamos nos espaços que habitamos, foi também um momento de viragem na minha vida. Uma ferramenta que mudou a minha percepção da realidade, abrindo-me horizontes e transformando a minha forma de viver.

Ao longo de treze anos de prática pessoal tenho vindo a desenvolver um método adaptado ao aqui e agora, que tenho gerado através da minha experiência pessoal como consultora, mas, mais importante através da experiência na minha própria Casa e vida. Aliás a experiência pessoal deve vir primeiro que experiência em consulta. Não é possível sugerir nada que não se tenha experimentado antes. O Feng Shui é sempre uma arte experimental. Nenhum consultor deve fazer consultas se não tiver usado o Feng Shui como ferramenta pessoal, não se pode trabalhar com algo que só sabe de teoria. Este é um dos perigos do Feng Shui. Sem experiência na vida e no uso consciente do espaço pessoal não há capacidade fazer sugestões a espaços e vidas de terceiros, pois não sabe qual a profundidade e extensão das sugestões.

Ao longo desta viagem, que para mim começou no ano de 2002, tenho vindo a praticar activamente no meu espaço privado, além de sistematizar toda informação e conclusões empíricas. Toda esta sistematização não serve para criar novas regras teóricas e abstractas mas sim um novo método reflexo da minha experiência. Esta abordagem simbólica, lunar e feminina não é, nem pretende ser, um dogma fechado, é uma abordagem única que ajuda na leitura intuitiva dos espaços pessoais.

 

É, sem dúvida, importante honrar a casa assim como o corpo. Respeitar e dignificar a casa é distinguir a ligação consciente e emocional a este espaço privado, no sentido em que nos dá tecto, proteção e apoio onde vivemos, arranjamos, limpamos e organizamos.

A casa é uma estrutura psico-activa que sustém, dá base, segurança e fundação a quem lá habita.

Dignificar o espaço que protege e permite ser quem somos, que apoia e dá segurança é vital para uma vivência plena. Quando não o fazemos pode não haver espaço livre para sermos totais, plenos, despertos e conscientes na casa e na vida.

Claro que em função do tempo cíclico, há momentos em que estamos em plenitude com esta conexão e outros em que não.

Partilhamos e expressamos a vida com nas nossas casas, e muitas vezes a noção de sacralidade não passa para o espaço que habitamos. Por vezes sentimos a casa como um peso morto, onde há sempre trabalho a fazer e coisas por arranjar, como se o espaço nos drenasse em vez de nos nutrir.

Cada casa tem uma série de características físicas e energéticas, a sua própria personalidade, que permite uma série de manifestações aos habitantes. Quer isto dizer que nos expressamos de formas diferentes em casas diferentes.

Todos vivemos em casas de ilusões, contradições, ambiguidades, paradoxos e mitos. O mito romântico da casa como lar, que tudo aconchega e suporta, não é suficiente para descrever as casas reais  que habitamos, que tanto podem ser fontes de ansiedade e angústia como de felicidade e alegria. A imagem simbólica de uma casa serena e aconchegante persegue a imaginação colectiva e individual.

 

Cada click na vida é expressado com uma mudança na casa ou por mudar de casa! Por outro lado podemos possibilitar mudanças na vida através da acção consciente na casa, pois é a relação entre os habitantes e o seu espaço privado é simbiótica e bi-direcional.

Pelo conceito da ligação umbilical à casa é interessante olhar para a história de vida de cada um de nós através das casas que habitamos, fazendo uma retrospectiva das várias casas por onde fomos passando. A sua sequência conta-nos a nossa história.

Desta forma poderemos perceber para que tipo de espaços fomos sendo chamados ao longo do desenvolvimento da vida, em função dos desafios de cada momento e com isso perceber melhor os desafios lançados pela casa actual. Talvez a casa mais importante seja de facto a da infância, até aos três anos. Esta casa molda-nos.

 

Viver e expressar livremente na casa e na vida é uma poderosa forma de cura!

 

Como te inspira a tua casa?

 

http://serpentedalua.com/

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