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O Semeador de Emoções

Ricardo Sousa Fonseca, Enfermeiro e Escritor
 
Considero-me um ser emotivo, com um vasto mundo emocional para descobrir, como se fosse um labirinto repleto de percursos para calcorrear, conhecendo-me e partilhando-me com o mundo.
A minha viagem de partilha emocional começou há muitos anos, era eu estudando do ensino básico, quando incapaz de partilhar oralmente as minhas emoções, comecei a transpor para o papel as minhas emoções, criando poemas, algumas prosas, onde falava do que sentia, o que eu era e queria. Sentia-me bem com esta forma de estar tão minha, tão especial.
Continuei a escrever acompanhando cada processo emocional que ia vivendo, sempre com intensidade, abrangendo viagens por todos os campos da minha vida: familiar, escolar, as amizades e os amores! Tanto que vivia e tanto que tinha para escrever e assim fui contando a minha história em blogues, partilhando-me com os leitores, sentindo-me acompanhado, mesmo quando a solidão era a minha melhor amiga.
Em 2007, numa livraria de Lisboa, veio ao meu encontro um panfleto de uma editora que procurava novos autores, com histórias para contar e eu arrumando o papel na minha mochila comecei a sonhar com a ideia de um livro meu! “Que patetice! Achas que alguém vai gostar do que escreves ou publicar algo teu?”, Dizia a minha consciência anulando de imediato esse sonho.
Ao mesmo tempo, ao contar esta minha ideia a alguns amigos e familiares, fui logo derrotado no primeiro round, com todos os argumentos possíveis e imaginários, para desistir do sonho: o dinheiro necessário, o tipo de escrita, o conteúdo dos meus textos, o risco de me assumir tal como era perante o mundo. Caí derrotado, mas foi algo momentâneo, pois em segredo compilei alguns textos dos meus blogues, pedi a um amigo que fizesse a correção dos textos e iniciei as negociações com a editora, até que um dia chega a resposta: “Teremos todo o gosto em publicar o seu livro, que gostámos muito, sendo que as nossas condições são as seguintes…”.
“E agora o que faço?” Pensei eu na altura e estabelecendo algumas metas, planeando tudo direitinho, aceitei a proposta da editora e só falei com os amigos e família quando tinha tudo estruturado e o livro pronto a imprimir. Chegou o medo de me expor perante os outros, algo que sempre tinha evitado, não quis publicar o livro, porém num rasgo de coragem avancei e nasceu o meu primeiro livro “A Chave do Labirinto”.
Foi um sucesso! Foi uma das maiores partilhas que fiz até hoje e foi tão bem recebido, continuando a escrever, a desabafar, até que nasce “Calcorreando Percursos” em 2011, numa edição de autor, onde contava o desbravar dos meus percursos, com o meu crescimento, amadurecimento e transformação.
Ao mesmo tempo fui participando timidamente em algumas coletâneas de prosa e poesia com os meus textos que começaram a fazer parte das prateleiras de muitos leitores, que podiam conhecer e viajar comigo através das minhas emoções. No dia de hoje, já são cerca de 15 participações.
Comecei a receber muitos comentários positivos sobre os meus livros, onde os leitores diziam que se identificavam com as histórias e que eu conseguia colocar em palavras o que eles sentiam e não conseguiam fazer. Essa ideia começou a batalhar na minha mente e no meu coração e comecei a pensar numa forma de apoiar as pessoas no processo de escrita e expressão das suas emoções e eis que surge a terapia “Escrita do Autoconhecimento”, onde o objetivo é a utilização da escrita como ferramenta terapêutica, para apoiar as pessoas na expressão, compreensão e integração das emoções relacionadas com os seus processos de vida.
Comecei a bater a imensas portas para apresentar a minha terapia, portas essas que não se abriam, mas não podia desistir, até ao dia em que uma porta se abriu em Lisboa e realizei a minha primeira palestra e workshop, que teve uma avaliação muito positiva e foi o sinal para continuar.
Fui aperfeiçoando e transformando a terapia, criando formas de me publicitar através das redes sociais, criando um site, escrevendo artigos em diversas revistas na área do desenvolvimento pessoal, revistas essas que aquando a minha proposta abriram as suas portas amavelmente, sendo uma relação que continua nos dias de hoje, como por exemplo, com a Revista Progredir.
Ao mesmo tempo começaram a surgir convites para apresentar a minha terapia em diversas feiras de desenvolvimento pessoal, que tenho feito ao longo destes anos, com muita honra e felicidade.
Comecei a percorrer alguns pontos do país, com a minha terapia, como Gaia, Lagos, Castelo Branco, Portalegre, entre outros, enquanto ao mesmo tempo divulgava o meu terceiro livro “Reflexos” editado em 2013, onde convido os leitores a refletirem sobre a sua vida, sobre quais são os seus reflexos e como os compreendem e aperfeiçoam assim a sua forma de viver.
Ao mesmo tempo, até com grande felicidade e surpresa minha, dei entrevistas na televisão, para algumas rádios e sites, para falar das minhas obras e da terapia, chegando assim a mais pessoas, a mais corações.
Sinto que com este meu percurso, me posso chamar Semeador de Emoções, pois acredito que cada palavra que escrevo sobre a vida, sobre as minhas experiências pessoais, sobre os sentimentos, deixa uma semente em cada leitor, que a seu tempo germinará e contribuirá para a felicidade de quem me lê.
Continuo diariamente a semear emoções, a construir pontes emocionais que me ligam a todos os leitores que me acompanham, que partilham o meu trabalho e a todos os espaços, revistas, editoras, que abrem as suas portas e me permitem partilhar quem sou e o que sinto.
 
Sou um semeador de emoções!
Um cuidador através das palavras!
 
Sou grato pelos corações que se permitem ser solo, para receber a minha semente e que se permitem conhecer para melhor Viver.
 
Tu também podes ser!
 
O que esperas para semear a tua semente?
 
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